quarta-feira, 25 de março de 2009

Morte de Ines de Castro :(



A morte de Inês de Castro é um dos mais belos episódios líricos presentes na epopeia e pode-se mesmo considerar que as principais características da tragédia clássica estão patentes:
Há o desenvolvimento de uma acção, que termina com a morte da protagonista;
Observa-se a lei das três unidades (acção, tempo e espaço);
Há uma motivação para sentimentos de terror e piedade pelo uso de contrastes;
A catástrofe é simbolizada pela morte da protagonista.

Tal como o episódio da “Fermosíssima Maria”, também este se divide em três partes.
A primeira, referente as causas da morte de Inês, vítima do amor.
A segunda, constitui o desenvolvimento em que se descreve o modo de vida feliz e despreocupado que Inês tinha em Coimbra - é apresentada a razão de estado para que Inês deixe a vida, pois o perigo que representa a ligação de D. Inês com D. Pedro, receia o domínio espanhol.
O poeta põe em questão a grandeza moral do Rei por solucionar o problema de seu reino mandando matar a sua própria filha:
“Tirar Inês ao mundo, determina”;
“Que furor consentiu que a espada fina,
Que pôde sustentar o grande peso
Do furor Mauro, fosse alevantada
Contra uma fraca dama delicada?”.
Também nesta segunda parte é redigido o discurso suplicante de Inês ao rei de Portugal, seu pai. Ela utiliza súplicas e argumento para comover o Rei na sua determinação - apresenta a sua situação de mãe e a orfandade de seus filhos, declara-se inocente perante toda a situação de futuro conflito, comove o rei dizendo-lhe que sendo um cavaleiro que sabe dar morte, também sabe ”dar vida, com clemência” e como alternativa à morte, dá preferência ao exílio.
A terceira e última parte, constitui a reprovação do narrador, sublinhada pelo pranto comovente das “filhas do Mondego” e pela animização da Natureza, que chora a morte de Inês, sua antiga confidente.

Texto daqui.

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